Na imensidão do Pantanal, conscientizar e preservar áreas se tornam desafios



       Preservar o Pantanal ainda é um grande desafio. Ano após ano, temos mostrado a exuberância dos ecossistemas nesta planície em que a vida é eternamente determinada pelo sobe e desce das águas. O Pantanal vem sendo mais e mais procurado por pesquisadores, curiosos e turistas do mundo inteiro, como o guia alemão que foi conhecer os ninhais.
       “Foi fantástico ver as árvores brancas de pássaros, parecem cheias de algodão”, define.
Gente que quer ver de perto toda essa riqueza, o que preocupa quem sempre lutou pela preservação desse lugar.



       “A beleza do Pantanal é porque ele é tão isolado, porque ele é de difícil acesso, e por isso tão misterioso e por isso com tantos segredos ainda para contar”, diz a engenheira agrônoma Marina Schweizer Leuzinger, que vive com a família em uma fazenda às margens do Rio Negro.

       As pessoas não sabem, mas o Pantanal tem dono: mais de 95% das áreas pantaneiras estão em propriedades particulares. Neste caso, não existe uma lei específica de proteção do Pantanal. O fazendeiro só não pode desmatar as áreas de preservação permanente, como as margens de rios. O que, para os especialistas, não é suficiente.


       “Nestes oito, nove anos que nós estamos morando aqui, a gente viu milhares de hectares sendo desmatados. É assustador”, conta Marina.
A queimada é uma das ameaças do Pantanal. Ela infelizmente ainda acontece. No entorno da estação ecológica Taiamã, descendo o Rio Paraguai, a equipe do Globo Repórter se deparou com a imagem terrível e lamentável de uma queimada.


        “Normalmente, a origem destes incêndios vêm de fazendas”, diz o analista ambiental Daniel Kantek, do Instituto Chico Mendes. “A multa não resolve o problema. O ideal é os fazendeiros se sensibilizarem com essas coisas, é um processo longo, mas tem que ocorrer.”
Nessa imensidão, fiscalizar não é tarefa fácil. Nos rios, a Polícia Ambiental cobra as licenças de pesca e revista os estoques de pescado. Tem até uma régua com os peixes e os tamanhos permitidos para a pesca.
        A conscientização é a tarefa mais difícil. O equilíbrio da natureza no Pantanal é tão frágil quanto os filhotinhos que estão sendo anilhados pelos pesquisadores. Eles querem saber para onde vão os pequenos talha-mares quando crescerem. Mas é preciso ter muito, muito cuidado.
Deixar a natureza seguir o seu curso, sem interferir, nem destruir, é respeitar a vida no Pantanal.


Fonte: Globo Repórter
por: Cláudia Gaigher e Eunice Ramos

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